O Comitê de Bacia Hidrográfica dos rios Macaé e das Ostras (CBH Macaé) realizou, nesta terça-feira (12), a Vlll edição do Fórum Água e Juventude. O evento, destinado aos jovens da Região Hidrográfica VIII – Macaé/Ostras, ocorreu no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, no bairro Lagomar, em Macaé.

Com a participação de cerca de 70 jovens, o Fórum Água e Juventude visa reunir a juventude para debater sobre a importância da água e o papel da juventude na gestão democrática dos recursos hídricos. Durante a programação, a presidente do CBH Macaé e representante do Instituto Federal Fluminense (IFF – campus Macaé), professora Maria Inês Ferreira, fez uma apresentação sobre a gestão participativa das águas. O Chefe do Parque, Marcelo Pessanha, falou com os jovens sobre o parque e seus atrativos. O evento foi organizado pela Câmara Técnica de Educação Ambiental, Comunicação e Mobilização do CBH Macaé, coordenada pela professora Virgínia Sá Rego, representante da Casa dos Saberes, e pelo Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ).

A integrante do Projeto NEA-BC e representante da SOS Praia do Pecado, Thayná Fernandes, realizou a leitura da Carta do VII Fórum, que ocorreu em 2021, e falou com os jovens sobre a relevância das questões relacionadas ao saneamento básico para a qualidade das águas e a saúde ambiental. Os analistas técnicos do Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ), Daniele Pereira e Ednilson Gomes, apresentaram dados sobre o abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, coleta e destinação final de resíduos sólidos, salubridade ambiental e disponibilidade hídrica nos municípios da Região Hidrográfica VIII.

Além dos momentos de apresentações e debates, a programação do evento também contou com uma visita pela restinga. Com o apoio das educadoras ambientais do Parque Nacional de Jurubatiba, que forneceram explicações sobre o bioma restinga, os jovens percorreram uma trilha até às margens da lagoa de Jurubatiba.

Para o professor do Colégio Estadual José Martins da Costa, em São Pedro da Serra, Nova Friburgo, Ricardo Esteves, o Fórum é ideal para que os jovens consigam se aproximar da importância da temática da gestão dos recursos hídricos.

“O método de trabalho, de desenvolvimento dos temas, proporcionou com que a galera se engajasse bastante no tema. Eles vieram dispostos a participar de um debate, mas não sabiam exatamente a dificuldade e da problematização acerca da água, apesar de ser um tema super polêmico. Então, acho que aqui eles tiveram uma dinâmica baseada na realidade de vida deles e, a partir disso, conseguiram trabalhar bem essa temática”, disse o professor.

Para a estudante do Instituto Federal Fluminense (IFF) Campus Macaé, Sara Cristian, o Fórum é um divisor de águas, pois a partir do aprendizado, não é mais possível fechar os olhos para questões de conservação das águas.

“O Fórum foi incrível. Foi possível conhecer um pouco da vegetação através da trilha e entender que a vegetação também está relacionada à questão das águas. Aprendi mais sobre o meio ambiente, e que a juventude pode sim buscar seus direitos. Não podemos mais nos conformar com problemas de saneamento básico, coleta de lixo e desmatamento”, disse a estudante de 19 anos.

Durante o evento, representantes do Projeto NEA-BC também realizaram uma apresentação cultural com abordagem sobre a problematização da retilinização do rio Macaé e as consequências de construções em áreas inapropriadas.

No encerramento, foi realizada a leitura e aprovação da VIII Carta do Fórum Água e Juventude, escrita pelos próprios participantes, após os debates.